Universidade Federal do Ceará
Centro de Humanidades

A trajetória de 40 anos de lutas em defesa dos direitos das crianças e adolescentes do Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança (NUCEPEC) foi celebrada na tarde da última sexta-feira (2) em sessão solene da Câmara Municipal de Fortaleza. Na ocasião foram ainda prestadas homenagens a integrantes e parceiros do Programa de extensão vinculado ao Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará.

Criado em 2 de agosto de 1984, o NUCEPEC integra estudantes e professores de diversos cursos da UFC, bem como profissionais da comunidade externa, na pesquisa e desenvolvimento de ações relacionadas à temática da infância. Ao longo desse período, contou com cerca de 400 integrantes e atingiu de forma direta mais de mil crianças.

“Nós éramos quatro professoras do Departamento de Psicologia e cinco técnicas da FEBEMCE (atual Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor do Ceará), que viam a criança e o adolescente de uma forma muito bacana. Então, deu para se fazer esse elo com o objetivo de tensionar o que se chamava de menor em situação irregular e trazer esse paradigma deles como sujeitos de direitos”, contou uma das fundadoras do grupo, Profª Ângela Pinheiro, sobre o início do Programa.

Grupo universitário pioneiro na região Nordeste e segundo no Brasil na defesa dos direitos da criança e do adolescente, o NUCEPEC tem como destaques a gestão compartilhada e uma forte articulação política.

“O NUCEPEC não apenas faz extensão, mas vai para a cena pública. A gente esteve presente nas iniciativas para fazer propostas à Assembleia Nacional Constituinte, à Assembleia Estadual Constituinte e para a Lei Orgânica do Município de Fortaleza. A gente preza muito por essas iniciativas individuais e iniciativas coletivas, sempre com muita articulação local e nacional”, destacou Ângela Pinheiro.

Atualmente o NUCEPEC conta com 20 integrantes e tem como foco de atuação o estado do Ceará, mas com inserções nacionais, como a Articulação em Apoio à Orfandade de Crianças e Adolescentes por Covid-19 (AOCA).

“No meio de toda aquela avalanche de acontecimentos que a gente viveu durante a pandemia, o NUCEPEC se deu conta da realidade de um número ainda desconhecido: a gente ainda não sabe a quantidade efetiva de crianças que se tornaram órfãs em função da covid. Então, nos movimentamos junto com outras entidades e formamos a AOCA. Hoje essa é uma questão que tem nos mobilizado intensamente. Temos articulação com a Defensoria Pública, com a Secretaria da Saúde e a gente está tentando dar maior visibilidade ao problema e todos os impactos que acarretam no acesso a direitos como um todo”, declarou a atual coordenadora do NUCEPEC, Profª Andréa Cordeiro.

Outro impacto do NUCEPEC tem sido na formação profissional de graduandos. Integrante do projeto há três anos, a estudante Rafaela Firmino, do 9º semestre de Psicologia, salientou os aprendizados que teve no trabalho junto à comunidade. “O NUCEPEC me trouxe muitas coisas, principalmente a experiência na extensão com crianças. Você vai ganhando vivência na prática. Também me trouxe muita maturidade e experiência política, que são importantes para a atuação profissional”, avaliou.

HOMENAGENS – Na ocasião, o NUCEPEC também prestou homenagens, através da entrega de certificados, a pessoas e entidades parceiras nesses 40 anos: Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza, representado por Benedito Cunha; Defensoria Pública do Estado do Ceará, representado pela defensora pública Lia Felismino; o projeto de extensão Maquinarias UFC, representado por Érica Atem; o Laboratório de Relações Interpessoais da UFC, representado por Larissa Costa; a Rádio Universitária FM, representada por Rosane Nunes e Igor Vieira; a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, representada por sua equipe, e as integrantes do NUCEPEC Lis Albuquerque, Ticiana Sá e Veriana Colaço.

Fonte: Portal de Noticias da UFC – www.ufc.br